fonte: Fenam
A Comissão Nacional de Residência Médica esteve reunida em Brasília nos dias 24 e 25 de agosto para debater temas importantes para toda a classe médica, abordando principalmente, o atraso nas bolsas de estudos de residentes do Hospital da Polícia Militar do Rio Grande do Norte. O diretor de Formação Profissional, Residência Médica e Educação Permanente da Federação Nacional dos Médicos (FENAM), José Antônio Romano, corroborou com a denúncia de residentes do Hospital da Polícia Militar de Natal que vieram solicitar intermediação do Ministério da Educação e da Comissão Nacional de Residência Médica sobre os cinco meses que estão sem receber a bolsa de estudo e de deficiências no programa.
As residências médicas são imprescindíveis para a formação dos médicos brasileiros. A residência médica é uma modalidade de ensino de pós-graduação destinada a médicos, com o formato de curso de especialização. O programa é coordenado pelo Governo Federal via Ministério da Educação e fiscalizado pela Comissão Nacional de Residência Médica, que enfrenta crise em vários âmbitos.
No caso específico do Rio Grande do Norte, reflete uma situação que ocorre em vários estados do país. As residentes apresentaram notificações entregues a direção do hospital, Conselho Regional de Medicina e ao Secretário da Comissão Estadual de Residência Médica, a informar a Comissão Nacional que, até o momento, o relatório de visita da Comissão Estadual não havia sido entregue em Brasília.
Durante a audiência foi relatada a urgência do caso, pois pagamentos de residentes no país inteiro estão suspensos, bem como o credenciamento de residências e os novos programas. A participação das médicas residentes do Hospital da Polícia Militar do Rio Grande do Norte foi extremamente importante, pois após não obter sucesso tentando de todas as formas de negociação a nível local, entraram de greve há cerca de um mês.
A residente, Elineia Vieira, participou da reunião em Brasília e relatou em entrevista à assessoria de comunicação da FENAM a importância de ter o suporte do presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed/RN), Geraldo Ferreira, para levar a questão à uma possível solução e receber orientações. “O apoio e amparo Sinmed/RN foi imprescindível, devemos tudo a eles e seremos sempre muito gratos por toda a ajuda. De fato, temos no Rio Grande do Norte um sindicato atuante. Durante todos esses dias sempre que procuramos o sindicato fomos ouvidos e prontamente atendidos”, disse a residente.
ASCOM FENAM – A sua participação, como médica residente do Hospital da Polícia Militar do Rio Grande do Norte foi extremamente importante, pois a crise que é enfrentada por você e outros residentes há cinco meses os forçou a entrar em greve há um mês, após diversas tentativas de negociação local. Como foi poder fazer esta denúncia, a nível nacional, na reunião da Comissão Nacional de Residência Médica?
Elineia Vieira (residente) – Para nós residentes, foi extremamente importante termos a oportunidade de participarmos da reunião da Comissão Nacional através da ajuda do Dr. Geraldo Ferreira, presidente do sindicato do Rio Grande do Norte, e do Dr. José Romano, representante da FENAM. Através da ajuda deles foi possível relatar todos os problemas que estamos enfrentando durante esses longos cincos meses, e com isso termos esperanças por dias melhores na nossa formação acadêmica.
ASCOM FENAM – A posição da Comissão Nacional é que se não tiver uma solução do pagamento e também do retorno pleno dos programas em um determinado prazo, vocês, como residentes não serão prejudicadas e deverão ser transferidas de programas para que não tenha descontinuidade. O que você espera desta decisão para a situação que está enfrentando? Você acredita que isso irá resolver o problema de todos os residentes?
Elineia Vieira (residente) – Ficou acordado de a Comissão Nacional entrar em contato com a Comissão Estadual e, em seguida, notificar a instituição cobrando uma solução para nossos problemas. O prejuízo já existe, são cinco meses enfrentando inúmeros problemas. Porém, confiamos que daqui para frente o melhor será feito por todos os residentes, confiamos na CEREM e na CNRM.
A Federação Nacional dos Médicos tem entre suas bandeiras a equiparação da bolsa da residência médica com a dos intercambistas do Mais Médicos. “É uma questão de justiça, pois ambos estão em treinamento, e além do mais, enquanto o intercambista tem uma carga horária de 40 horas, com 8h para estudo, o residente tem um carga de 60 horas semanais. Não é uma luta fácil, basta ver a questão dos atrasos citados no caso reportado”, afirmou o Secretário de Finanças da FENAM, Geraldo Ferreira.